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Projeto Maternidade

Projeto de extensão compartilha conteúdos voltados à fertilidade e infertilidade no Instagram
publicado: 13/09/2021 16h33, última modificação: 17/09/2021 15h01
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Projeto produz conteúdo para ajudar pessoas a enfrentar a infertilidade

Ação extensionista do CCS/UFPB aborda aspectos da reprodução humana

O projeto Maternidade, vinculado ao Departamento de Fisiologia e Patologia (CCS/Campus I) e financiado pelo edital PROBEX 2021-2022, faz a divulgação de conteúdos vinculados à fertilidade e à infertilidade no Instagram. O objetivo do projeto é ajudar na elucidação de dúvidas comuns de forma lúdica sobre o funcionamento básico do sistema reprodutor, aspectos relevantes da fertilidade, diagnóstico e tratamentos da infertilidade, bem como fatores nutricionais e psicológicos envolvidos.

“O projeto Maternidade visa ampliar essas informações para a população, ser um canal de contato com as pessoas para ajudar no entendimento do que está causando a dificuldade [de engravidar], quais os possíveis tratamentos e soluções”, comenta a coordenadora da ação, a professora Priscilla Anne Castro. 

Ao democratizar a discussão em torno da infertilidade, o projeto também contribui para facilitar a compreensão do tema. “O assunto ainda é tido como um tabu porque, para muitos, ter um filho representa a confirmação da sua feminilidade ou masculinidade e nem todos se dispõem a falar sobre o assunto. O silêncio é um elemento comum quando falamos de infertilidade”, afirma Priscilla. 

Priscilla expõe que o insucesso na tentativa de engravidar, por vezes, está associado ao sentimento de vergonha, culpa, auto-estima reduzida ou sentimentos de inferioridade. E, tudo isso pode ser agravado pela pressão social que as mulheres enfrentam para engravidar. Projeto Maternidade atua pelo Instagram. Imagem: captura de tela do perfil @projetomaternidadeufpb

“O fato do ciclo da vida muitas vezes ter sido resumido a nascer, crescer, reproduzir e morrer, como um padrão fixo, faz da maternidade uma etapa pré-estabelecida e não é bem assim. Adicionalmente, é depositada na mulher a responsabilidade pelo sucesso da concepção e pela função de ser mãe”, explica a coordenadora. Com todas essas expectativas, as tentantes podem acabar sofrendo com quadros de depressão, ansiedade e isolamento social. 

Homens e mulheres têm as mesmas chances de serem inférteis, mas é comum que os homens não comentem sobre o assunto e tenham certa resistência a procurar ajuda, por isso, além de conteúdos voltados para as mulheres, a extensão também compartilha informações sobre infertilidade masculina. “O projeto visa divulgar informações sobre esses aspectos e contribuir no empoderamento desse homem na busca pela paternidade”, diz. 

Troca de informações e apoio emocional 

Débora, 28, começou a seguir o projeto Maternidade depois que uma amiga, uma mulher que acompanha o projeto e engravidou há pouco tempo, compartilhou informações sobre a extensão. Ela conta que o conteúdo informativo publicado pelo projeto despertou seu interesse. “São informações que muitas vezes não sabemos sobre hormônios, exames, dicas. Além do incentivo e apoio emocional para viver essa fase de espera”, conta. 

Foi também graças ao projeto que Débora conheceu Vaniquele Jovito, uma das colaboradoras da equipe e encontrou um espaço onde se sentiu acolhida. “Ajuda bastante saber que a gente não está sozinha nessa, apesar de ser uma jornada um tanto solitária para o casal, porque parece que ninguém entende aquele sentimento”, comenta a jovem.A equipe do projeto conta com o apoio de nutricionistas, psicólogas e outras profissionais. Imagem: captura de tela cedida pela equipe (2021).

Vaniquele não é profissional de saúde, ela colabora através da experiência como ex-tentante que entende as dificuldades do processo de engravidar. “Vivenciar o processo de uma tentante não é fácil. Durante o meu processo, tive o privilégio de ter uma rede de apoio que me ajudou psicologicamente e também na compreensão do meu diagnóstico”, diz a contadora. 

A colaboradora afirma que ter acesso à informação, de uma forma mais técnica e de fácil compreensão, a fez encarar a infertilidade com mais clareza para entender as reais possibilidades de engravidar. Foi a partir desse entendimento que Vaniquele mudou seus hábitos, alimentação, procurou acompanhamento médico especializado e conseguiu engravidar de modo natural. 

É esse apoio e democratização de informações que Vaniquele e o projeto Maternidade pretendem garantir às mulheres e homens que acompanham a página do projeto. “Projetos como este surgem para ajudar essas pessoas a entenderem seus diagnósticos e tratamentos (...). Falar de sentimentos e trocar experiências contribui para que essas pessoas se sintam acolhidas e que não estão só nesse processo”, finaliza.

Os conteúdos acerca de fertilidade e infertilidade de mulheres e homens podem ser acompanhados pelo instagram do projeto (@projetomaternidadeufpb). Para outras informações, entrar em contato com a equipe pelo email priscilla.cassis@gmail.com.

Reportagem de Aléssia Guedes (Bolsista PROEX 2021), editada por Comunicação PROEX.