Projeto possibilita o cultivo da palma forrageira em Areia-PB

Até o mês de dezembro, produtores rurais da cidade de Areia contarão com a presença de estudantes do Campus II para análises de solo das propriedades. A ação é a primeira parte do projeto de extensão Palmas para Areia: fortalecimento do cultivo e uso da palma forrageira no município de Areia-PB. O estudo é necessário para preparar a terra corretamente para o plantio da palma forrageira, tornando possível oseu uso como alimento para o gado da região.
Em seu segundo ano de execução, o projeto colabora com cinco produtores rurais de Areia. A coordenadora, professora Aline Rufino, do departamento de Zootecnia do Centro Ciências Agrárias, contou que a ideia surgiu da necessidade local de uma alimentação de qualidade para os animais na época de seca, auxiliando os pequenos produtores da região.
Outro motivo para a escolha, foi a intenção de desmistificar a ideia de ser impossível o cultivo da palma no brejo paraibano, uma vez que existe o mito de que a espécie só seria viável no semiárido. “A palma praticamente não tem histórico de uso no município. Os produtores acham que seu cultivo não dá certo em nenhuma condição ou situação”, explica a professora. No entanto, ela afirma que o projeto já possui uma lista de possíveis produtores interessados na participação.
A ação trabalha em parceria com a Secretaria Municipal da Agricultura de Areia e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e outras associações locais. Segundo a coordenadora do projeto, os produtores são acolhedores e solícitos, e que o único contratempo sofrido aconteceu quando um deles deixou os animais entrarem no campo de plantação cedo demais, perdendo todo o cultivo.
Aprendizagem
O projeto tem a participação de nove pessoas da comunidade acadêmica, entre discentes, servidores docentes e técnico-administrativos. O bolsista do projeto, Diego da Silva, afirma que sua experiência como extensionista tem sido proveitosa. “Estou aprendendo muito sobre o cultivo da palma, principalmente sobre sua resistência em ambientes úmidos, e também com o contato direto com os produtores. Isso está sendo muito positivo para minha vida profissional e acadêmica”, analisa.

O estudante percebe que a ação tem sido benéfica para os produtores do município. “Aqui os produtores não se interessam por essa cultura por ser típica do semiárido e, assim, acabam nem tentando produzir. No entanto, o projeto está apresentando resultados muito bons, e isso está deixando claro que é possível produzir palma forrageira em Areia”, finaliza.
Essa é também a opinião do discente José Arthur, voluntário do projeto. “A adoção da palma na propriedade auxilia o produtor no planejamento do suprimento forrageiro e o deixa mais independente quanto a custos desnecessários. Por ser uma cultura perene, a palma pode se desenvolver o ano todo”, explica.
Como um dos resultados do projeto, a equipe trabalha ainda na construção de um Manual de Cultivo da Planta Forrageira na cidade de Areia, destinada aos moradores e produtores da região, baseando-se nas experiências dos participantes e no conjunto de pesquisas e análises realizadas durante a execução do projeto. O manual será lançado no final do ano em uma ação que terá a participação do grupo da UFPB e dos produtores, para socialização dos dados e relatório.
Texto: Joyce Carvalho
Edição: Lis Lemos