Ação promove conhecimentos sobre Plantas Alimentícias não-Convencionais

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Bredo, serralha, dente-de-leão, caruru, beldroega, picão, trapoeraba e vinagreira. Todas essas plantas encontradas na Paraíba são alimentícias, mas muita gente não sabe. Para disseminar o conhecimento e cultivo dessas espécies, o projeto Produção de PANC (Plantas alimentícias não-convencionais) na escola: identificação, resgate e uso da agrobiodiversidade busca apresentá-las para comunidades escolares e também para pequenos agricultores.

Para as escolas, o ganho, para além do conhecimento adquirido por alunos e professores, pode ser mensurado pela formação de hortas, que farão parte da alimentação da comunidade escolar. Para os pequenos agricultores, o projeto possibilita melhorar a renda familiar, produzindo e levando seus produtos para as feiras de suas cidades.

Essa é a premissa defendida pelo coordenador do projeto, professor Mailson Monteiro. Ele conta que a ação tem sido bem recebida pelas escolas por onde passou nesses três anos de atuação. “A metodologia é levar aos alunos, docentes e produtores, o conhecimento teórico-prático sobre plantas ornamentais e PANC’s (Plantas Alimentícias Não Convencionais), que têm alto valor nutritivo”, explica. 

Esse ano, o projeto é desenvolvido em  uma escola municipal localizada na zona rural do município de Santa Inês, município distante 482 km de João Pessoa. Por meio de oficinas, o objetivo é estimular o conhecimento sobre plantas alimentícias não-convencionais, quanto à sua classificação botânica, importância para o meio-ambiente, uso e cultivo. As mudas são retiradas da Horta do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFPB.

“Incentivamos a troca de saberes com os participantes, acolhendo dúvidas e sugestões que contribuem para o aprimoramento das próximas oficinas. A atividade é finalizada com um momento de degustação de pratos preparados com PANC como ingrediente principal ou complementar, promovendo a experimentação e valorização dessas plantas na alimentação cotidiana”, conta o estudante de Agronomia e bolsista da ação, Thiago Moura.  

Mas, afinal, o que é uma PANC?

Thiago explica que as Plantas Alimentícias Não Convencionais têm crescimento espontâneo e que podem ser utilizadas na alimentação. No entanto, como são pouco utilizadas no cotidiano, o conhecimento sobre elas foi se perdendo. Por isso, a interação entre estudantes, professores e agricultores torna a experiência mais rica, proporcionando uma troca de saberes. 

Saber identificar uma PANC é importante também para conseguir distinguir quais partes podem ser consumidas ou não. “Por exemplo, a beldroega pode ser consumida por completo, ou seja, todas as suas partes. Já a Serralha, só é possível o consumo de suas folhas. E isso vai de espécie para espécie, por isso é importante aprender sobre a identificação”, explica o estudante. 

Texto: Lis Lemos