Projeto descomplica biotecnologia para alunos de Ensino Médio

Aproximar a Biotecnologia dos estudantes de Ensino Médio. Esse é o objetivo do projeto Difusão e popularização da biotecnologia na escola: uma abordagem prática e multidisciplinar no processo ensino-aprendizado em sala de aula. Desenvolvido nas escolas de Ensino Médio Profª Olivina Olívia Carneiro da Cunha e Presidente João Goulart, o projeto está em seu quarto ano de atuação e já alcançou cerca de 300 alunos.
Segundo o coordenador Humberto Xavier, a intenção é levar a biotecnologia de modo prático para o cotidiano dos alunos, de acordo com os temas que estão aprendendo em sala de aula. “Se os estudantes estão vendo genética, realizamos uma extração de DNA com materiais simples, como frutas e reagentes acessíveis para que eles visualizem algo que normalmente só veem em livros. Se o tema abordado na escola for bactérias, promovemos atividades como o cultivo de microrganismos em placas de Petri, mostrando a importância da higiene e o impacto dos microrganismos na saúde”, exemplifica o professor.
Além das aulas práticas nas escolas, o projeto também proporciona visitas à UFPB. Geralmente nos meses de férias escolares, o Laboratório de Biotecnologia recebe os adolescentes para que possam conhecer mais sobre as pesquisas desenvolvidas e os tipos de materiais utilizados. Segundo o professor Humberto, a comunidade escolar tem sido bastante receptiva ao trabalho desenvolvido.
A professora Elisângela Garcia, da ECIT Olivina Olívia Carneiro da Cunha, afirma que o projeto tem entusiasmado os alunos. “A vinda desse projeto para a escola instigou os estudantes a buscar compreender os fenômenos ocorridos no cotidiano que envolve a Ciência e isso vem contribuindo diretamente para o crescimento intelectual dos nossos estudantes”, avalia.
O estudante de Biotecnologia e bolsista do projeto, Pedro Guerra, explica que todo o processo prático das aulas é realizado pelos adolescentes sob supervisão dos discentes da UFPB que orientam como realizar cada etapa e explicam o motivo de cada ação. Ao todo, estão envolvidos nove alunos de graduação e quatro de pós-graduação. “Deixamos eles colocarem a mão na massa justamente para terem a experiência científica”, explica.

Pedro Guerra afirma ainda que atuar na extensão tem sido importante no processo de aprender a comunicar cientificamente os conhecimentos que ele adquire na graduação. “Participar do projeto me permitiu desenvolver habilidades de comunicação científica, aprender a adaptar conteúdos complexos para diferentes públicos e entender melhor a importância da ciência na sociedade”, explica.
Para sistematizar as atividades desenvolvidas nas escolas, os participantes do projeto, sob orientação do coordenador, estão elaborando um manual com explicações teóricas e experimentos práticos que podem ser reproduzidos nas escolas. A intenção é contribuir para que o processo de ensino-aprendizagem se dê também de maneira mais prática.
Texto: Lis Lemos
Edição: Suely Porfírio