Projeto garante direito à leitura para crianças de João Pessoa

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Aprender a ler é um direito de todo brasileiro e brasileira. Isso é o que preconiza a Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE) regulamentada em setembro de 2024. Atuando na garantia desse direito a crianças do ensino fundamental, o projeto Cultura Literária na Escola: Para ler, ouvir, ver e sentir está presente em quatro escolas municipais de João Pessoa, atendendo 95 estudantes do sexto ao nono ano. 

A professora da rede municipal, Joseany Perinelli, foi uma das primeiras a entrar em contato com a ação, ainda em 2020. Ela, que é docente há 10 anos, conta que participar do projeto a ensinou sobre mediação de leitura para crianças e adolescentes, além de aumentar seu repertório de leitura. “Participar do projeto de extensão foi uma experiência ímpar na minha vida profissional, pessoal e acadêmica. Em linhas gerais, posso dizer que foi uma oportunidade de enriquecer minha bagagem de conhecimento”, enfatiza. 

O projeto é coordenado pela professora Daniela Segabinazi e conta com a participação de seis professores da rede municipal e 11 discentes da UFPB. Após estudos e formações internas, são realizadas rodas de conversa com os professores das escolas para conhecerem a realidade local, apresentar a ação e definir os livros a serem trabalhados com os estudantes. 

Estudantes participam de roda de leitura

Após essa etapa, são realizados círculos de leitura com grupos de 15 a 20 estudantes. “Nos círculos realizados nas escolas privilegiamos a diversidade de gêneros literários da literatura juvenil brasileira, mas também acolhemos leituras e preferências dos e das estudantes como mangás e HQs. Para cada círculo são elaborados roteiros de leitura”, explica Daniela.

O impacto do projeto pode ser medido tanto por mudanças na escola quanto no comportamento dos alunos atendidos. Se por um lado, a biblioteca passa a ser um espaço mais cuidado e procurado pelos estudantes, por outro, eles começam a se interessar mais por literatura e a ler mais. “Contribuímos para organização de acervos, para a percepção de um espaço efetivo de leitura e práticas de clubes e conversas sobre literatura e leitura e também conseguimos incentivar a procura por empréstimos de livros e fazer circular mais livros nas casas dos estudantes”, ressalta Daniela Segabinazi.

“Os alunos que participam dos círculos de leitura são bem receptivos às leituras que levamos, justamente por sempre nos mostrarmos abertos ao o que eles querem ler, uma vez que nossas atividades não são obrigatórias tampouco vale nota”, avalia Thayanne Araújo, bolsista do projeto. Para ela, que participa da ação desde 2022, estar na extensão mudou sua relação com a universidade e ajudou a definir seu campo de interesse. “Costumo pensar que muito do que sou hoje é devido ao projeto de extensão que me acolheu na graduação”, finaliza. 

Texto: Lis Lemos